quarta-feira, 13 de junho de 2012

2 filmes

Ultimamente ando muito impressionado com filmes estrangeiros.
 Gostei muito de "The Human Resources Manager" (2010) de Eran Riklis. Riklis é um diretor israelense e já havia filmado "Lemmon Tree" (2008) e "A Noiva Síria" (2004). Neste mostra como um gerente de Rh de uma padaria tenta evitar críticas de Direitos Humanos por não se importar com a demissão de uma funcionária romena, que foi morta num ataque terrorista em Jerusalém. Aliás a tentativa do Estado de Israel de estar em dia com os Direitos Humanos vem sendo uma constante nos últimos anos. Candidato de Israel para o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011.
Outro filme que merece destaque é "L'Apollonide (Souvenirs de la maison close)" (2011) do francês Bertrand Bonello. O filme mostra a vida de prostitutas na frança em 1899. Foi indicado para a Palma de Ouro em Cannes em 2011.


Human Resources Manager 2010


L'Apollonide (Souvenirs de la maison close)" (2011)


Michael - 2011 de Markus Schleizer (Áustria)

Novamente o cinema austríaco coeso como nunca.
"Michael" conta a história de um pedófilo que mantém um garotinho de 10 anos aprisionado no porão de casa. O filme é tenso e o roteiro direto e inicialmente  levou vaias na sua  exibição na Competição de Cannes em 2011. O diretor Markus Schleizer, que foi diretor de casting de Haneke e Ulrich Seidl, consegue criar um pedófilo que leva uma vida normal. É isto o que mais impressiona em "Michael", que foi concebido com o incentivo do próprio Haneke nos sets de filmagem de "A Fita Branca" (2009). A escolha de atores é o outro segredo do filme assim como a filmagem com cortes bruscos que lembra muito os filmes de Michael Haneke e os filmes dos irmãos Dardenne. Muitos escreveram que é uma tentativa de humanizar o monstro, mas na verdade é o perfeito registro desta patologia na sociedade que vivemos. Schleizer disse numa entrevista que pensou muito na atual sociedade e quis fazer um filme amplo inclusive contando com a ajuda de uma psiquiatra forense (Dr. Heidi Kastner). Gosto muito da influência direta que o diretor sofreu do alemão Michael Haneke principalmente quando filma por sugestão fazendo com que as cenas nunca apareçam, ficando sempre implícitas. Schleizer cria cenas sufocantes quando mantém os planos no limite do quadro e só extrapola essa idéia no "travelling" com um garotinho no Kart indoor. A cena onde Michael (Michael Fuith) canta o tema "Sunny" deixa claro o senso de ironia que Schleizer quer mostrar. Geralmente os cinéfilos lembram só de Haneke, mas na Áustria há também o diretor Ulrich Seidl com seu "Dog Days" (2001) e o próprio Karl Markovics "Atmen" (2011)  criando uma escola cinematográfica única.